ARTIGO – No caminho do crescimento sustentável
*Por Claudemir Peres
É tempo de
comemoração para o Polo Petroquímico do Grande ABC, que completa 45 anos de operação
na divisa dos municípios de São Paulo, Mauá e Santo André. O complexo
industrial foi inaugurado em 1972, com o início das operações de uma central petroquímica
(com capacidade para produzir 180 mil ton/ano na época e 700 mil ton/ano atualmente)
nas proximidades da Refinaria União, instalada na década de 1950, atual
Refinaria de Capuava – RECAP. De lá para cá, chegaram diversas indústrias, que
atuam na extensa cadeia produtiva do setor, da matéria-prima à transformação do
produto final.
Estudos
apontam que poucos setores industriais apresentam tanto poder de multiplicação
de negócios e inserção em outros segmentos de mercado quanto a indústria
química, denominada por alguns como ‘a indústria das indústrias’. As empresas petroquímicas
são chamadas de indústrias de base porque fornecem matérias-primas e produtos
para diversos segmentos como plástico, tintas e vernizes, alimentos, higiene
pessoal, construção civil e agricultura.
Como ensina
o ideograma japonês, toda crise pode ser interpretada como oportunidade. É
assim que o Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (COFIP ABC) enxerga
o atual cenário brasileiro, como oportunidade de preparação a partir de sinergias
entre as indústrias, o poder público e a comunidade. A entidade atua para o
fortalecimento de uma agenda positiva, que recoloque as indústrias locais no
caminho do crescimento sustentável.
A
indústria deve estar pronta para alavancar os resultados na primeira
oportunidade e, assim, fomentar o desenvolvimento local. Agora é hora de olhar
para dentro dos processos e para todos os níveis de governança – municipal,
estadual ou federal – de modo que as empresas possam, em conjunto, encontrar os
melhores caminhos para o futuro. Esta fase adversa vai passar, não há dúvidas
disso, como outras crises vieram e também passaram.
Primeiro
dos quatro polos petroquímicos a ser inaugurado no Brasil, o Polo do Grande ABC
foi reconhecido à época como a ‘joia da coroa’ da indústria química brasileira,
atualmente a oitava do mundo, cuja posição de vanguarda é alavancada pela
cadeia petroquímica. O papel do COFIP ABC é justamente dar brilho neste diamante
para que todos o vejam como tal, condição que permitirá ao Polo contribuir de
maneira mais significativa para o desenvolvimento da região.
Hoje o
principal desafio é operar a plena carga. As empresas possuem capacidade
instalada para atender eventual crescimento de consumo, seja interno ou de
exportação. Estima-se que, sem investimentos significativos, haveria a
possibilidade de aumentar a produção em cerca de 30%.
Além disso,
o Polo possui áreas de ampliação para novos negócios. O número de empresas deve
crescer na medida em que o Polo Petroquímico alcançar maior competitividade. A
área é muito atrativa para novos empreendimentos por estar próxima à excelente
malha viária do Estado de São Paulo, que faz ligação com o Brasil todo, e ao
Porto de Santos, ótimo para exportações. Vale lembrar que o Sudeste também
concentra o maior mercado consumidor do Brasil.
Não há
país forte sem uma indústria química forte. O Polo possui todas as condições de
contribuir de maneira sustentável para o desenvolvimento local – e não somente nos
próximos 20 ou 25 anos, mas por centenas de anos. Este é o compromisso do Comitê,
que hoje conta com 120 profissionais voluntários atuando em comissões de
trabalho.
* Claudemir Peres é presidente do Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC
(COFIP ABC) |